Anneliese Michel - A História por trás de Emily Rose. Parte 3
sexta-feira, 18 de junho de 2010


Verifique a primeira parte aqui: Anneliese Michel. Parte 1
Verifique a segunda parte aqui: Anneliese Michel. Parte 2


O exorcismo
No verão de 1973, os pais de Anneliese foram até a paróquia local solicitando aos religiosos que submetessem a sua filha ao ritual de exorcismo. A princípio, o pedido foi negado, uma vez que a doutrina da Igreja Católica com respeito a essas práticas é muito restrita. Segundo a Igreja, dentre outras coisas, os possuídos devem ser capazes de falar línguas que nunca tenham estudado, manifestar poderes sobrenaturais e mostrar grande aversão aos símbolos religiosos cristãos, para que desta forma seja comprovada a real existência de um espírito malígno presente na pessoa.


Algum tempo depois, o padre Ernst Alt, considerado um perito no assunto, conclui que Anneliese já reunia as condições suficientes para a realização do exorcismo, de acordo com os procedimentos prescritos no Rituale Romanum.


Por essa época, Anneliese já tinha assumido um comportamento cada vez mais irascível. Ela insultava, espancava e mordia os outros membros da família, além de dormir sempre no chão e se alimentar com moscas e aranhas, chegando a beber da própria urina. Anneliese podia ser ouvida gritando por horas em sua casa, enquanto quebrava crucifixos, destruía imagens de Jesus Cristo e lançava rosários para longe de si. Ela também cometia atos de auto-mutilação, tirava suas roupas e urinava pela casa com freqüência.

Em 1974, após acompanhar de perto o comportamento de Anneliese, o padre Ernest Alt finalmente decidiu solicitar permissão ao Bispo de Würzburg para realizar o exorcismo e a permissão foi concedida.
Após efetuar uma exata verificação da possessão (Infestatio) em setembro de 1975, o Bispo de Würzburg, Josef Stangl, autorizou os padres Ernest Alt e Arnold Renz a realizarem os rituais do Grande Exorcismo, cuja base é o Rituale Romanum, que ainda era, à época, uma lei canônica válida desde o século XVII.


No rito do exorcismo o padre deve portar um crucifixo e uma Bíblia, para poder utilizar as palavras ditas por Jesus Cristo com precisão. Deve fazer o sinal da cruz, abençoar a pessoa possuída e aspergir sobre ela água benta. O padre então ordena com fé e firmeza que o demônio deixe o corpo do possesso e ora pedindo pela salvação da vítima em nome de Jesus Cristo. As orações denunciam a ação maléfica de Satanás e rogam pela misericórdia de Deus. Normalmente, os padres levam o possesso para uma igreja ou capela, onde podem realizar o rito reservadamente, apenas com a presença dos familiares. As sessões de exorcismo não têm um prazo de duração específico, podendo se estender durante horas, dias ou meses.


No caso de Anneliese, as 67 sessões de exorcismo que se seguiram, numa freqüência de uma ou duas por semana, se prolongaram inicialmente por cerca de nove meses, durante os quais ela muitas vezes tinha que ser segurada por até três homens ou, em algumas ocasiões, acorrentada. Ela também lesionou seriamente os joelhos em virtude das genuflexões (ato de se ajoelhar) compulsivas que realizava durante o exorcismo, aproximadamente quatrocentas em cada sessão.

Nas sessões, que foram documentadas em quarenta fitas de áudio para preservar os detalhes, Anneliese manifestou estar possuída por, pelo menos, seis demônios diferentes, que se autodenominavam Lúcifer, Caim, Judas, Nero, Hitler e Fleischmann, um padre caído em desgraça no século XVI.
Todavia, o Rituale Romanum, assim como o tratamento com psicotrópicos, também não surtiu o efeito desejado.


O problema estava nos padres, que não souberam realizar o exorcismo corretamente? Em Anneliese, que poderia de fato sofrer de uma doença psicológica em estado crítico e crônico? O que saiu errado?


Assim como foi explicado na libertação do menino endemoniado, certos espíritos malígnos não libertam o opresso de forma fácil e rápida. Ainda mais se tratando de mais de um. Anneliese disse que haviam 6 espíritos possuindo ela, porém disse os nomes deles, alguns sendo pessoas que existiram um dia aqui na terra, o outro, o próprio Lúcifer.
Para entendermos e analisarmos bem esta parte é importante levarmos em consideração que
há uma distinção entre o diabo e os demônios. A Bíblia chama os demônios de “espíritos malignos” (Lucas 8:2), e “espíritos imundos” (Lucas 8:29). Mateus chama Satanás de “maioral dos demônios” (Mateus 12:24). É razoável dizer que os demônios são os mensageiros do diabo, aqueles que foram enviados para cumprir o seu propósito. Mateus fala dos anjos do diabo (Mateus 25:41). Com isso surge duas afirmações que comprometem ou  intrigam ainda mais o caso da jovem Michel: Ela disse que haviam mais de um espírito nela, e isso de fato poderia ser verdade, afinal no texto de Lucas 8:2, Maria Madalena foi liberta de 7 espíritos malígnos. E a outra gera uma controvérsia na existência do último demônio citado por ela, Lúcifer. De acordo com Mateus, o diabo não age diretamente, mas envia seus anjos para agir; sendo assim, não poderia Lúcifer estar presente em Anneliese.
É importante mencionar também que, Lúcifer, o nome, significa "Estrela da Manhã" ou "Anjo de Luz". Na Bíblia, os nomes possuiam significados fortes no caráter e na história das pessoas que os possuiam; sendo assim, Deus ou até mesmo as próprias pessoas algumas vezes mudaram de nome quando sua vida e conduta ou sua história mudava, dando um novo significado (como Abrão para Abraão, Saulo para Paulo, etc). Como Lúcifer perdeu sua Luz e agora é senhor das trevas, este nome já não o pertence mais, sendo desde a sua queda até o fim dos tempos, chamado de Satanás (que significa Adversário), senhor das moscas, diabo, entre inúmeros outros nomes e seus significados malígnos. Esta análise nos leva a crer de que Michel poderia estar apenas alucinada e não estava com espíritos malígnos, mas também sabemos que como dito na Bíblia, o diabo é o pai da mentira, e ele poderia confundir sim os homens, lançando essas palavras para talvez desacreditar os outros sobre a existência de demônios em Anneliese.


O que me chama a atenção também é o fato de mesmo exercendo a prática de exorcismo durante tanto tempo, Michel não pode ser liberta de sua opressão. mas podemos pensar um pouco sobre oque pôde ter dado errado.


Nem todos que alegam ser exorcistas de demônios o são. Em Atos 19, Deus estava dando grande êxito ao apóstolo Paulo na expulsão de demônios. “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vítimas, e os espíritos malignos se retiravam” (Atos 19:11-12). Alguns exorcistas judeus utilizaram o nome de Jesus de uma maneira errada, tentando duplicar o que Paulo fazia. Eles presumiam que o poder de Paulo se encontrava na forma de suas palavras. Os demônios responderam: “Conheço a Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?” (Atos 19:15). Os eventos seguintes são quase cômicos: o demônio se apoderou dos “exorcistas”! Jesus havia dado aos seus apostólos escolhidos e a alguns outros servos o poder de expelir demônios (Marcos 3:14-15; 9:38). Mas nem todos que alegavam ter poder sobre os demônios o tinham. Do exemplo em Atos 19, podemos concluir que até um espírito mal reconhece um fingido ao vê-lo. E nós, reconhecemos tais enganadores? Há muitas organizações religiosas, livros e rituais especiais utilizados hoje para supostamente expelir demônios. Há uma grande diferença no que as pessoas fazem hoje e o que Jesus e Paulo faziam. Jesus e Paulo não usavam rituais elaborados, nem fórmulas especiais. Se existiam pessoas, na época de Paulo, que alegavam ser exorcistas mesmo não sendo, não deve nos surpreender encontrar pessoas fazendo a mesma coisa hoje. A pergunta é se teremos discernimento para examinar as obras deles, ou se seremos levados, por falta de cautela, por seus espetáculos enganadores.

Infelizmente, em consequência de uma série de atitudes mal-sucedidas, Michel veio a falecer. Como isso ocorreu? Veja na próxima postagem! 

Continua... 


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postado por Agarius @ 3:54 PM

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