Meus Pais trabalhavam com um carrinho de Cachorro-Quente, e geralmente ficavam boa parte do dia fora de casa. Eu e minhas duas irmãs, Rose e Cristiane, dávamos um jeito de se divertir e passar o tempo depois dos estudos; então, criávamos situações e cenas para interpretar. Geralmente era Cenas de Ação, Eu sempre era o vilão das histórias, sequestrava as bonecas da minha irmã, ou tentava roubar as jóias dela. Ou em outros casos, interpretava o Batman, já que Eu tinha uma máscara dele, e fazia sua capa com um cobertor marrom escuro; e minha irmã, fingia ser a Mulher-Gato, e usava uma mangueira como chicote.

Nós sempre estávamos interpretando papéis, e muitas vezes nossos primos que nos visitavam, preferiam assistir nossa encenação do que brincar junto; eles riam muito e ficavam curiosos pra saber o desfecho de tudo.

Com o tempo, Eu já no Colegial, passei a interpretar personagens nos Teatros da Escola, juntamente com minha irmã e nossa professora Maluca de Artes, que parecia ter vindo do Mundo Legal (Cool World, 1992 - com Brad Pitt, Kim Basinger e Gabriel Byrne).

Foi lá que fui me envolvendo cada vez mais com Roteiros e Interpretações. Anos mais tarde, estava fazendo Teatro na Primeira Igreja Batista em Jd. São João, a qual Eu frequento; e já nos apresentávamos em outras regiões, como Santos, Sumaré, Cangaíba, Barueri etc. Houve muitos Festivais de Peça que participei. A minha primeira interpretação foi um sarro; tive que ser um Bêbado, e foi neste dia que ganhei uma lembracinha como prêmio de Melhor Ator, escolhido pelo Júri. Fiquei feliz muito mais pela satisfação do público e suas risadas; Eu me sinto bem fazendo os outros rirem, acho que isso é importante, você conseguir emoções do público. Nunca tive a oportunidade de ser um Vilão no Teatro, como Eu era nas brincadeiras com minhas irmãs; mas assim que conseguir um papel, farei o possível para ser bem feito.

Além de Bêbado, já interpretei um Garoto de Rua, Demônio, Anjo, Velho, um outro Menino comum, Travesti, Louco, Assassino (Barrabás), Pastor, Robô (Hilário) e Jesus Cristo. Interpretei Jesus Cristo diversas vezes, mas uma ficou na história, e acredito que o que aconteceu comigo em plena encenação nunca havia acontecido em nenhum outro lugar... Eu, no momento que estava sendo crucificado, diante de todos, quebrei SEM QUERER a Cruz!! Sim meus Pimpolhitos, Eu quebrei a Cruz de um jeito que nem sei como explicar. Foi no momento exato de "pregar minhas mãos" na Cruz, ao tentarem me levantar com a Cruz presa em minhas costas, Crack!! Ela estourou, e partiu ao meio. Todo mundo se rachou de rir. Eu fiquei lá, com Meia-Cruz presa nas costas, e tentando manter o personagem.

Não é difícil se entregar ao personagem, não precisa ficar com vergonha, afinal de contas, o que você está falando ali ou fazendo, não é você realmente, e sim seu personagem. Foi assim que pensei quando fui interpretar um Travesti. Me vestiram com uma Calça-de-Couro-Coladíssima, um Top que mostrava boa parte da minha barriga peluda; calçava um Salto Alto Bico Fino, e naquela época tinha o cabelo grande, isso colaborou no penteado, usando uma Tiarinha Brilhante; Batom vermelho e Pó de Arroz na cara. Pensa numa aberração que fiquei. Eu mal entrei no palco e o público gargalhou tão alto que tivemos que esperar os risos pararem para começarmos a falar.

Não sei se quando realizar meu sonho farei alguns trabalhos à frente das Câmeras, mas admiro muito os atores de Teatro/Cinema e no que puder homenageá-los assim o farei. Espero ganhar meu espaço, e vou poder contar minhas histórias e imaginações da forma que Vejo; com Fé em Deus e muita Dedicação.